Nem só para jardins solitários, lojas, calçadas e portarias existem as câmeras de segurança. Elas também estão dentro de casa a vigiar salas, cozinhas e quartos, numa tentativa de garantir total controle sobre o ambiente doméstico. Em algumas empresas especializadas em alarmes e monitoramento, esse tipo de serviço já responde por 90% das solicitações, impulsionado pelo barateamento dos recursos e facilidade de acesso às imagens, por meio do celular.
É possível ter um sistema básico de quatro câmeras com pouco investimento. — E são equipamentos pequenos, que possibilitam utilizar a estrutura da casa, sem praticamente nenhum cabo aparente.
A ETERNA VIGILÂNCIA
Doutora em Ciência da Informação e pesquisadora do Centro de Convergência de Novas Mídias da Universidade Federal de Minas Gerais, Joana Ziller analisa esse comportamento como mais um desdobramento de uma crença histórica do ser humano.
— Historicamente, a gente abre mão da nossa privacidade, porque temos a falsa ideia de que só teme a vigilância quem está fazendo algo errado — problematiza.
Em função disso, ela pondera algumas questões que merecem ser consideradas na hora de optar por este serviço. A primeira parte da própria inviabilidade de se ver o que acontece nos lugares 24 horas por dia.
— Não passamos o tempo todo olhando para as telas. Então, a gente vê partes descontextualizadas de algo, o que é extremamente negativo — pontua.
Além disso, na opinião dela, é impossível assegurar com 100% de certeza que as imagens capturadas pelas câmeras serão mantidas em segurança.